Quem é a minha amiga J. C. ?
Irão ver muitas vezes " oferta da minha amiga J.C." no nosso blog, portanto decidi fazer um post sobre ela.
A J. C. era minha amiga... Era chata, resmungona e extremamente picuinhas. Era bondosa, esperta e conselheira. Era mulher viajada, viveu nas Caldas da Rainha, em Tomar, nos Estados Unidos da América, entre outros. Conhecia bem Portugal pois em jovem andava pelas feiras vendendo.
A J. C. era quase que minha avó. Tinha idade para isso. Conheci-a com 12 ou 13 anos e nessa altura ela já tinha cabelos brancos.
Ainda tinha mãe... uma velhota que só andava de bengala e que tinha apenas 14 ou 15 anos a mais que a J.C. e que ainda viveu bastantes anos.
J. C era amiga da minha tia- avó H. a qual pediu a minha mãe se não se importava de ajudar a J.C. com a mãe e foi por causa dela que a minha família conheceu a J. C.
Resumindo a minha mãe passou a trabalhar para a J.C. a cuidar da sua mãe e com a lida da casa.
Era uma pessoa complicada, e desconfiada... viúva, não tinha filhos e para ela deserdar um dos sobrinhos era o prato do dia.
Comigo era diferente, confiava-me com tudo fosse um simples documento ou coisas de valor. Tornei-me a sua moça de recados nos meus tempos livres.
Emprestava-me os discos de vinil do seu marido para eu ouvir e deixava-me fazer os puzzles de 2000 peças que comprava e nunca fazia pois a paciência era curta.
O que eu mais gostava era de ver a colecção de postais que ela guardava escondida num armário para ninguém estragar pois pertencera ao amor da sua vida. Passei anos a ver os postais que com o tempo amarelaram e colaram com a humidade ou tinham os cantos gastos da viagem que fizeram... quase todos eram dos anos 60 e 70. Infelizmente ela teve a terrível ideia de os colar num álbum com cola. Depois arrependeu se e arrancou-os todos. Fiquei tão triste pois danificou muitos postais.
Quando viajava trazia-me quase sempre um postal. E quando ia aos Estados Unidos mandava sempre um para mim e outro para a minha mãe, que claro ficava sempre sem ele.
Ela viu- me crescer, viu-me casar com o P. e ter o meu filho Sam.
Nos seus últimos anos de vida quase não nos vimos... eu tinha o meu trabalho, depois casei e mudei de casa e depois nasceu o Sam.
A J.C. foi para um lar e vendeu o seu apartamento, antes de ir ofereceu-me uma caixa onde residiam agora os desajeitados postais do seu defunto. Mesmo assim são os meus postais favoritos pois viajei mentalmente para todos aqueles lugares ilustrados num pedaço de papel.
São os postais da minha amiga J.C. que já não está entre nós mas da qual eu me recordo cada vez que abro a minha caixa de postais.
Obrigada J.C.
Who is my friend J. C.?
You will see a lot of "from my friend J.C" in our blog, so I decided to make a post about her.
J. C. was my friend ... She was boring, grumpy, and extremely picky. She was kind, smart, and a good advisor. She was a traveled woman, lived in Caldas da Rainha, Tomar, in the United States of America, among other places. She knew Portugal well because when she was younger she worked through the fairs selling.
JC was almost like my grandmother. He was old enough for that. I knew her when I was 12 or 13 years old and by then she already had white hair.
She still had her mother ... an old woman who only walk with a cane and who was only 14 or 15 years older than J.C. and she still lived for many years.
J. C was a friend of my great-aunt H. who asked my mother if she didn't mind helping J.C. with her mother and it was because of her that my family met J.C.
In short, my mother went to work for J.C. to take care of her mother and the housekeeping.
She was a complicated and suspicious person ... a widow, she had no children and for her to disclose one of her nephews was the dish of the day.
With me it was different, She trusted me everything from a simple document to things of huge value. I became her messenger and secretary in my spare time.
She lent me her husband's vinyl records so I could listen and let me do the 2000-piece puzzles she bought and never did because the patience was short.
What I liked the most was to see the collection of postcards that she kept hidden in a closet so that no one could spoil it because it had belonged to the love of her life. I spent years watching the postcards that in time yellowed and glued to the dampness or had the worn corners of the trip they made ... almost all were from the 60's and 70's. Unfortunately, she had the terrible idea of gluing them to an album with glue. Then she regretted it and yanked them all off. I was so sad because it damaged many (almost all) postcards.
When she traveled, she always bring me a postcard. And when she went to the United States she always send one to me and another to my mother, of course my mother gave me hers.
She saw me growing up, saw me getting married to P. and having my son Sam.
In his last years of life we hardly saw each other ... I had my job, then I got married and moved from home and then Sam was born.
The J.C. went to a eldery home and sold her apartment, before going she offered me a box where the awkward postcards of her deceased husband now resided. Even so are my favorite postcards as I traveled mentally to all those places illustrated on a piece of paper.
It's the postcards of my friend J.C. who is no longer among us but I remember her every time I open my postcards box.
Thank you J.C.